A palavra Icó é de origem indígena e significa "Água ou Rio da Roça". Nome de uma tribo Tapuia da Nação Cariri-Icós, radicada nas margens do Rio Salgado (CE) e do Rio do Peixe (PB). É também nome de uma árvore da família Caparidáceas, conhecida como icozeiro. Antes de ser assim chamada, essa terra teve muitos outros nomes: Ribeira dos Icós, Arraial Velho, Arraial Novo, Arraial de Nossa Senhora do Ó, Sítio de Nossa Senhora do Ó dos Icós, Povoação do Salgado, Icó dos Fonsecas, Icó dos Montes e, finalmente, o ICÓ. Apesar da resistência da população e dos motivos que, em épocas passadas, tenham gerado tal denominação, não se pode negar que Icó é também conhecida como "terra do louro".
Icó é conhecida como a Terra do Louro. Essa denominação tem suas nascentes na antiga rivalidade entre Aracati e Icó. Ambas as cidades eram os dois pólos mais importantes da Província do Siará Grande, como Vilas de Brancos nos Séculos XVIII e XIX.
Dentre as versões sobre a famosa história do louro, a que busca raízes históricas é que à época do Brasil Colônia, os periquitos, chamados de Louros eram uma verdadeira praga, devorando todas as plantações e lavouras. Foi então baixado um Alvará Régio ou alguma Portaria da Capítania do Ceará, que não encontramos vestígios históricos, autorizando a dizimação das aves e a indenizando "per capita" de periquito abatido. As cabeças dos louros deveriam ser apresentadas, em atilho, ocasionalmente à autoridade para pagamento. Conta-se que o Icó bateu o record. Daí ter sido chamada "Terra do Louro".
A outra versão mais conhecida e a mais antiga, narra que por ocasião de uma enchente, daquelas que deixam o Rio Salgado caudaloso, descia um papagaio falante e aos gritos Salve-me, Acudam-me. Ao chegar à ribeira dos icós, foi resgatado pelos icoenses aflitos com o destino do papagaio. O bichinho, então resgatado das águas perguntou, onde estava, ao saber que estava no Icó, disse-lhe: Joga-me na enchente, nessa terra eu não fico! Essa pilhéria enfurecia o povo do Icó, era motivo de contendas, brigas e olhe lá, até bala....
Essa última versão é mais conhecida e hoje e se conta por ai, Brasil afora, quando se fala do Icó. Mas longe das rixas antigas o icoense também ri dela e tornou o papagaio seu maior símbolo.
Após séculos, as imagens sacras pertencentes ao acervo material icoense passaram por restauro.
O Icó possui um grande acervo de imagens sacras, seculares, talhadas em madeira e em estilo barroco. Acredita-se que muitas delas tenham sido obras de artistas europeus adquiridas por famílias ricas icoenses e doadas à Igreja.
Dentre estas imagens destacamos a do Senhor do Bonfim, o Cristo Crucificado, e Nossa Senhora da Expectação, Maria em estado de gravidez.
Muitas das imagens estavam com cores alteradas, camadas de verniz e óleo para madeira, partes danificadas e até elementos retirados.
Em ocasião da visita do Ministro da Cultura Gilberto Gil, tendo visto a imagem do Sr. do Bonfim, este deixou prometido o envio de um restaurador e a liberação de verbas para o trabalho. Assim como a Prefeitura Municipal e alguns cidadãos icoenses contribuíram financeiramente para o trabalho de restauro.
O restaruador responsável pela obra foi Emanuel Marques Macedo de Albuquerque. Seu trabalho consistiu na recuperação de cores e elementos nas obras.
Além das imagens já citadas, foram restauradas também o Senhor dos Passos, Nossa Senhora do Rosário, São Sebastião e Santa Luzia.
Uma das grandes dificuldades do restaurador foi encontrar registros escritos com descrições dos elementos policromáticos nas imagens, em outras foi o de remover camadas de tinta e verniz.
Contudo, hoje a grande dificuldade é a de manter as imagens inauteradas e até livre de sujeiras. Com o restauro ficou recomendado o não contato das peças com suor ou saliva. Mas, a consciência da importância em manter as imagens, bem como o seu valor cultural e sentimental, ainda precisa ser despertado no povo. Conscientes ou inconcientes, muitos ainda quiseram manter a tradição de beijar a imagem do Sr. do Bonfim, que acabou por retirar partes da nova pintura e deixar manchas escuras no corpo da imagem.
Necessário se faz não só investir em restaurações, mas também na educação patrimonial, com o objetivo de despertar a consciência de preservação do nosso patrimônio material e imaterial.
O município é dividido em seis distritos: Icó (sede), Cruzeirinho, Icozinho (em processo de emancipação), Lima Campos (em processo de emancipação), Pedrinhas e São Vicente
Os principais bairros da cidade são:
Centro
Senhor do Bonfim
Josefa Campos Monteiro
São Vicente de Paula
Alto do Cruzeiro
Manoel Mariano
Alto Inácio Amâncio
Alto da Cooperativa
Cidade Nova
Novo Centro
Santa Luiza de Marilac
Conjunto Gama
Conjunto Habitacional "Retiro"
Posto Novo
Posto Continental
Vila BR
Por volta de 1829 a 1833 começou a circular grande quantidade de moedas falsas em várias províncias. No Ceará o governo Imperial resolveu instalar no Icó a Casa da Moeda. E foi criada a moeda do Icó. As moedas de 40 e 80 reis eram de bronze e a moeda de 960 reis era de prata. Todas elas com carimbo do Icó.
Existem ainda quatro exemplares conhecidos. Um na Casa da Moeda, outra na grande coleção do Dr. José de Almeida no Rio de Janeiro, uma aqui no Ceará na coleção do Sr. Alcides Santos e outra no arquivo de um colecionador nos Estados Unidos, que gentilmente cedeu essas fotos. Estima-se que ainda existam algumas na Europa que se tornaram o desejo de muitos colecionadores internacionais.
Vimos aqui que no passado distante Icó foi uma cidade importante onde teve a sua moeda.
HINO OFICIAL DO MUNICÍPIO DE ICÓ
Letra: Maria da Conceição Ferreira Alves
Música: Francinete da Silva Ferreira
Projeto de Lei nº: 10/1995
Autor: Vereador Fabrício Moreira da Costa (PL).
I
Numa planície arenosa
Velado pela estrela
Icó nasceu tão formosa
Do sertão linda princesa. De uma capela esculturada
marco de uma pátria florescida Icó, cidade centenária altar de Deus na terra erguida.
Refrão
As margens do Salgado
Rio deste Ceará Icó, és sempre afamada
A glória te exaltará. Sempre terás a vitória
Deste mistério sem fim
Contigo morar que glória
Quis o Senhor do Bonfim.
II
Teus sobrados e casarões
São o passado heranças
Sangrando nos corações
Um futuro de esperanças.
Teu passado glorioso
Te fez um dia capital
Deste Estado portentoso
Tornando tua história imortal.
BRASÃO DO MUNICIPIO